TELECTU, FEATURING EDDIE PREVOST

Ciclo "Jazz ao Centro – Encontros Internacionais de Jazz"
Centro Norton de Matos
11 de abril de 2003, 21:45 horas
Lotação: Quase cheio, aprox. 200 pessoas /
Asistencia: casi lleno, aproximadamente 200 personas

Músicos:


Fotografías © Nuno Martins, 2003


Resenha - Reseña 

Portugués: João Pedro Viegas

Español: João Pedro Viegas - traducción: Diego Sánchez Cascado


Resenha

Foi um fim de semana, duplo, compensador para todos aqueles que viram mais uma jornada do JAC.

Na sexta feira, dia 11 de Abril, constatámos que a cena Portuguesa da musica de vanguarda está de boa saúde e recomenda-se. O duo "Telectu", e o seu convidado Eddie Prevost (que lidera uma das mais antigas formações deste tipo de música em actividade – o agrupamento "AMM") brindaram o publico de Coimbra com uma actuação de grande intensidade criativa, cheia de texturas inovadoras, que confirma, quer na inovação quer na criatividade, o trabalho que acabaram de editar através do selo português "Clean Feed".

Com efeito, foi uma musica nova, fresca e de horizontes largos que pudemos escutar ao longo de 70 curtos minutos. Uma única peça, recheada de bons momentos, que misturou momentos de introspecção e intimidade com explosões sonoras de grande intensidade.

O grupo esteve à altura dos acontecimentos, e fiquei com a sensação que a dupla Jorge Lima Barreto e Vítor Rua atravessa agora uma fase de grande maturidade musical e criativa, que se traduz ao vivo numa cumplicidade de sons e dinâmicas que nunca lhes tinha visto e ouvido em mais de 15 anos de escuta das suas propostas musicais.

Jorge Lima Barreto foi o condutor de todas as cambiantes musicais do trio, foi um músico de vistas largas e amplos recursos, que sugeria ambientes e incitava a criação. Enfim, foi o verbo!

No meio destes dois músicos portugueses esteve o inglês Eddie Prevost. É, e provou-o em Coimbra, um dos mais talentosos e estruturados bateristas do Jazz europeu. Não é por acaso que, para além da intensa actividade com o seu próprio grupo, tem tocado com os maiores vultos da cena Jazz do lado de cá do atlântico. Conta colaborações com músicos como Evan Parker, Paul Rutherford e Marilyn Crispell, entre tantos outros. Foi aqui, o elo de ligação, a cola que colou a fragmentação musical do duo lusitano. A forma como ataca as peles é absolutamente espantosa. Parecia um metrónomo, tal a disciplina rítmica que patenteou ao longo de todo o concerto.

Vítor Rua mais parecia um pintor, uma vez que as suas intervenções na guitarra, altamente sintetizada, sugeriam paisagens ora bucólicas, ora agrestes que coloriam com elegância a musica dos parceiros.

Enfim, foi um concerto de grande intensidade criativa, sem qualquer tipo de concessões e que entusiasmou muitas das pessoas que estiveram presentes no Centro Norton de Matos. Não se fica indiferente à musica dos Telectu e do seu espantoso cúmplice (Eddie Prevost). Ou se ama, ou se odeia. Eu amei!

João Pedro Viegas


Comentario

Fue un fin de semana doble, gratificante para todos aquellos que asistieron a una nueva jornada del JAC. El viernes 11 de abril comprobamos que la escena portuguesa de la música de vanguardia goza de buena salud y es muy recomendable. El dúo Telectu y su invitado Eddie Prevost (que lidera una de las formaciones en actividad más veteranas dentro de este estilo de música, el grupo AMM) ofrecieron al público de Coimbra una actuación de gran intensidad creativa, llena de texturas innovadoras que confirma, tanto a nivel de la innovación como de la creatividad, el trabajo que acaban de publicar en el sello portugués Clean Feed.

En efecto, a lo largo de 70 breves minutos pudimos escuchar una música novedosa, fresca y de amplios horizontes. Una única pieza, repleta de buenos momentos, que combinó instantes de introspección e intimidad con explosiones sonoras de gran intensidad.

El grupo estuvo a la altura de las circunstancias y tuve la sensación de que el dúo formado por Jorge Lima Barreto y Vítor Rua atraviesa ahora por una fase de gran madurez musical y creativa, que en directo se traduce en una complicidad de sonidos y dinámicas que nunca les había visto en los más de 15 años que escucho sus propuestas musicales.

Jorge Lima Barreto fue quien guió todos los cambios musicales del trío, un músico de amplias miras y grandes recursos, que sugería ambientes e incitaba a la creación. En definitiva, fue quien llevó la voz cantante.

En medio de estos dos músicos portugueses estuvo el inglés Eddie Prevost. Es, y lo demostró en Coimbra, uno de los baterías de mayor talento y rigor del jazz europeo. No es casualidad que, además de la intensa actividad con su propio grupo, haya tocado con las mayores figuras del jazz a esta orilla del Atlántico. Ha colaborado con músicos como Evan Parker, Paul Rutherford y Marilyn Crispell, entre otros muchos. En esta ocasión fue el nexo de unión, la argamasa que mantuvo pegada la fragmentación del dúo lusitano. La forma en la que ataca las pieles es absolutamente increíble. Parecía un metrónomo, dada la disciplina rítmica que mostró a lo largo de todo el concierto.

Vítor Rua parecía más un pintor, toda vez que sus intervenciones a la guitarra, altamente sintetizada, sugerían paisajes bucólicos o agrestes que coloreaban con elegancia la música de sus acompañantes.

En definitiva, fue un concierto de una gran intensidad creativa, sin ningún tipo de concesiones y que entusiasmó a muchas de las personas presentes en el Centro Norton de Matos. Uno no puede quedar indiferente ante la música de Telectu y de su fantástico cómplice (Eddie Prevost). O se ama, o se odia. ¡Yo la amé!

João Pedro Viegas Traducido por Diego Sánchez Cascado

Más conciertos