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ZU
  • Fecha: 20 fevereiro 2004 / 20 de febrero de 2004
  • Lugar: ZDB - Galeria Zé dos Bois, Lisboa, Portugal

Resenha - Reseña 

Portugués: Eduardo Chagas

Español: Eduardo Chagas - traducción: Diego Sánchez Cascado


  • Resenha: ZU na ZÉ (dos Bois)! Toma e embrulha! Só num país destes é que um concerto destes tem uma assistência destas. Bem-feito, temos o que merecemos! Contadas pelo número de bilhetes vendidos, 60 pessoas, quase uma família. Não deixa de ser uma vergonha.

    Mas há males que vêm por bem. Ganhou-se em proximidade física, em comunhão e intimidade com os músicos. Melhor para eles e melhor para nós, os que optámos por enfrentar o fulminante assalto do power trio italiano, a “besta híbrida”, como alguém um dia apropriadamente lhes chamou.

    Demolidor! ZU é feroz, tem uns dentes enormes, mas não morde. É "grande", possui energia crua inesgotável, um ataque impressionante, uma métrica infalível e uma capacidade fora do comum de empolgar a assistência.

    As influências são muitas e notórias, mas a que talvez salte mais imediatamente ao ouvido é porventura a da banda punk holandesa, The Ex, que, grosso modo, pratica o mesmo desporto que os ZU: punk´n´free, avant-metal, trash-improv, tudo isto ao mesmo tempo, fundido e muito bem produzido. Também por ali perpassa o expressionismo free do sueco Aaly Trio, de Mats Gustafsson, e excertos dos melhores episódios das aventuras de Ken Vandermark, quando lhe dá para ser mais cru e duro.

    Simples e eficaz: a metralha disparada pelos saxes alto e barítono (Luca Tommaso Mai), com o microfone literalmente enfiado na boca do instrumento, a terrível descarga do baixo eléctrico, uma bass guitar no verdadeiro sentido do termo (Massimo Pupillo), e a batida selvática (Jacopo Battaglia), em andamento trash-alucinado, deixam qualquer entusiasta de música energética, principalmente os das tribos Punk e Free Jazz, completamente rendidos às virtudes destes intrépidos rapazes alpinos. Danados sejam!

    Felicitações e agradecimentos são obviamente devidos ao pessoal da ZDB por nos ter proporcionado tão empolgante concerto!

    “Punk´s not Dead!”, o Free Jazz também não, e juntos – está mais que visto –, os velhos cúmplices fazem um estrago do catano! Voltem depressa, ZU amiguinhos. Deixaram muitas saudades.

    Eduardo Chagas


  • Comentario: ¡ZU en la ZÉ (dos Bois)! ¡Menudo lío! Sólo en un país como éste, un concierto como éste, tiene una asistencia de público como ésta. ¡Bien hecho, tenemos lo que nos merecemos! Contadas por el número de billetes vendidos, 60 personas, casi una familia. No deja de ser una vergüenza.

    Pero no hay mal que por bien no venga. Ganamos en proximidad física, en comunión e intimidad con los músicos. Mejor para ellos y mejor para nosotros, los que optamos por hacer frente al fulminante asalto del “power trío” italiano, la “bestia híbrida”, como alguien un día acertadamente les llamó.

    ¡Demoledor! ZU es feroz, tiene unos dientes enormes, pero no muerde. Es “grande”, posee una energía cruda inagotable, un ataque impresionante, una métrica infalible y una capacidad fuera de lo común para atrapar al público.

    Las influencias son muchas y notorias, pero la que tal vez la que destaque más inmediatamente sea la del grupo punk holandés The Ex, que, a grandes rasgos, practica el mismo deporte que ZU: punk´n´free, avant-metal, trash-improv, todo esto al mismo tiempo, fundido y muy bien producido. También por allí transita el expresionismo free de los suecos del Aaly Trio, de Mats Gustafsson, y fragmentos de los mejores episodios de la aventuras de Ken Vandermark, cuando le da por ponerse más crudo y duro.

    Simple y eficaz: la metralla disparada por el saxo alto y barítono (Luca Tommaso Mai), con el micrófono literalmente metido en la boca del instrumento, la terrible descarga del bajo eléctrico, un “bass guitar” en el verdadero sentido de la palabra (Massimo Pupillo), y el golpeteo selvático (Jacopo Battaglia), con aires de trash alucinado, dejan a cualquier entusiasta de la música energética, principalmente los des las tribus Punk y Free Jazz, completamente rendidos ante las virtudes de estos intrépidos muchachos transalpinos. ¡Malditos sean!

    Claro está, hay que felicitar y agradecer al personal del ZDB por habernos proporcionado un concierto tan apasionante.

    ¡“Punk´s not Dead”, el Free Jazz tampoco, y juntos –está más que visto–, los viejos cómplices hacen estragos increíbles! Volved pronto, amigos de ZU. Dejasteis muy gratos recuerdos.

    Eduardo Chagas traducción por Diego Sánchez Cascado